Vik Muniz

Depois de passar pelos Estados Unidos, Canadá e México, chega ao Brasil, e agora à Belo Horizonte, no Museu Inimá de Paula, a maior retrospectiva do artista plástico e fotógrafo paulista Vik Muniz: a exposição ‘Vik’, que reúne mais de 120 trabalhos que abarcam do início da sua carreira. Do final dos anos 1980 até os dias de hoje, está é a maior exposição já dedicada ao artista.

Dedicado inicialmente à escultura, à medida que Muniz fotografava suas peças para documentá-las, percebeu que era das imagens que realmente gostava. Quando tirava fotos de suas esculturas, encontrava o ângulo perfeito, a iluminação perfeita e a exposição perfeita para capturar o efeito que havia imaginado quando começou a produzi-la.

O Depois - série criada por Muniz em 1998 para a Bienal de São Paulo, em que foi motivado pelas condições precárias em que viviam cerca de 5 mil crianças órfãs nas ruas de São Paulo. A obra foi montada com a utilização do lixo colorido encontrado nas ruas na Quarta-Feira de Cinzas, um dia depois do carnaval.

E assim foi se consagrando pelo mundo inteiro, utilizando dos materiais mais inusitados para construir suas obras. Chegou a utilizar em suas obras materiais como o lixo, poeira, sucata, brinquedos, bonecos de brinquedo, terra, linha, arame, recortes de revistas, chocolate, pasta de amendoim, geléia, tinta, entre vários outros materiais.

Rebus - série de trabalhos em que Muniz utilizou os mais variados tipos de brinquedos para construir a obra.

É incrível como alguém pode criar uma obra de arte com materiais considerados inúteis, como o lixo e a poeira. Desta maneira, com obras tão criativas e diversificadas, Vik conseguiu agradar aos mais variados públicos: desde os mais intelectuais críticos à crianças sem a mínima noção do que seria uma obra de arte.

Duas Monalisas - nesta obra Vik utilizou pasta de amendoim e geléia para recriar a muito famosa obra de Leonardo da Vinci.

Vik quis criar imagens que permitissem ao observador leituras múltiplas e que ele se tornasse consciente de sua participação. Para ele, o artista faz a metade do trabalho: a outra metade é feita pelo espectador, que exerce um papel ativo.

Ao abrirem um blog sobre arquitetura e virem um post sobre Vik Muniz, todos devem pensar qual é o objetivo disto. Ao certo ainda não se sabe, mas pode-se começar a pensar nas inusitadas alternativas a que Vik recorreu para criar uma obra de arte. Afinal, a arquitetura é ou não é uma forma de arte?

"Acredito que nem todas as pessoas sejam artistas, mas que todas desejarem ser possuem todo o que o mundo tem a oferecer para que, um dia, elas se tornem. Se eu pude, qualquer um pode." Vik Muniz